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Notícia

A dependência humana na estratégia empresarial

Pessoas são importantes para a organização, assim como recrutar corações de forma assertiva é essencial

“Seja o significado na vida de um ser humano e ganhará seu coração.” Pare e reflita sobre o que leu. Profundo, não? Agora insira a frase no modelo de negócio organizacional em que atuamos. Qual o seu significado para a empresa e o que ela ganhou com sua contribuição? Difícil responder, quando sentimentos convivem com resultados, quando a razão rivaliza com a emoção.

O fato é que as pessoas são importantes para a organização, assim como recrutar corações de forma assertiva é essencial. A dependência humana faz a área de Recursos Humanos ser estratégica e não mais apenas um suporte.

Para responder à questão acima, os gestores de RH devem reavaliar suas competências, atitudes, comportamentos, indicadores e o próprio core business. Já para os CEOs, o desafio é saber qual a contribuição esperada das pessoas para o negócio, antes de definir se o executivo de Recursos Humanos continua ou não na sua estrutura.

Já presenciei numa grande organização global a troca de gestores por expatriados de diversos países, visando adotar a linha “resultado é o que importa”, com cortes de custos e humilhações, em detrimento ao respeito com as pessoas. A empresa só não percebeu o impacto deles próprios sobre os resultados. Tanto que os que detêm o conhecimento e o intelecto estratégico estão indo para os concorrentes. O que garante a fidelidade de um colaborador é a inconveniência da mudança. Neste caso, o mais conveniente é mudar: o turnover médio desta empresa hoje está em 28%.

A despeito da “política da motoserra”, ainda presente em algumas empresas, o fato é que o coração de uma organização é a soma dos corações de todas as pessoas, incluindo as que estão de passagem, seja um terceirizado ou fornecedor. Colocou o pé para dentro, o coração deles já deve estar no mesmo ritmo. Mas para que essa realidade mude e a teoria vire prática é preciso haver diálogo entre o executivo de Recursos Humanos, o CEO e o board (por que não?). Uma conversa aberta, com foco na importância das pessoas para o core business.

Um check-list pode ajudar nisso: O executivo de RH está no mesmo nível dos demais diretores? Se não, qual o motivo da diferença? Ele participa do board? Se não, por quê? Se ele participa do board, qual a contribuição da área para estratégia do negócio? Qual o core business de Recursos Humanos? Que tendências os indicadores atuais estão sinalizando? Não há indicadores? Ninguém faz análise crítica? Quando ocorreu a última mudança, por conta de um indicador? Não tem respostas? Seu papel está claro e bem definido?

E não para por aí: Qual o prazo médio de atendimento para uma vaga de liderança que sua área de Recrutamento e Seleção consegue atender? Você ainda está medindo isso? Qual a contribuição para a estratégia? Qual é o posicionamento organizacional da sua área de Recrutamento e Seleção? Quais são os valores predominantes na organização e como o RH participa?

Todas essas questões buscam posicionar o RH na estrutura estratégica das organizações, para focar em contribuições mais mensuráveis e sustentáveis para o negócio, não como mero coadjuvante de suporte para as demais áreas.

Lembrando que inserir um coração em uma entidade jurídica que depende totalmente das pessoas, seja para transformação de insumos ou serviços, é uma tarefa integralmente ligada à estratégia de onde a organização quer chegar. Ela é composta por seres humanos que têm vida, inteligência e necessidades que precisam ser entendidas e cujas posições precisam agregar valor. Isso não é detectado em simples resultados de pesquisas de clima, mas muitas vezes no que esta por trás da resposta dada pelo indivíduo que respondeu as questões. Então, mãos à obra, reúna sua tripulação e comece a repensar a Gestão de Pessoas da sua organização.

Treinar, capacitar, desenvolver, selecionar, recrutar, fazer a folha de pagamento, dar benefícios, avaliar riscos trabalhistas, sustentabilidade, saúde, meio ambiente, social são temas do universo do executivo de RH. Avalie seu papel e o significado da área de Recursos Humanos para o negócio, o cliente, a sociedade, os acionistas e os fornecedores. Posicione-se, cuide das pessoas e as respeite. Assim seus corações serão fieis ao negócio e os resultados virão naturalmente.