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Liderança pode ser aprendida: mito ou verdade?

Um dos maiores mitos há alguns anos era afirmar que líderes eram natos.

Felizmente, hoje já temos evidências bem factíveis e dados acumulados ao longo de milênios que comprovam ser possível desenvolver liderança. A verdade é que todos nós podemos aprender a liderar, a começar por liderar nossas próprias vidas e carreiras.

Aprender a liderar pode ser como aprender a tocar piano, sem mesmo ter muito talento. Um pouco de atitude, esforço e de exercício é suficiente para sermos melhores líderes do que quem nunca tentou. Talvez você não tenha paciência, persistência e competência suficiente como se fosse fazer um concerto no Royal Opera House em Londres, mas se tentar, certamente aprenderá a liderar melhor. E, se for paciente, persistente e desenvolver competências, certamente fará diferença frente a uma equipe.

Podemos aprender a liderar e podemos aprender a liderar melhor sempre, mesmo que nunca nos tornemos estrelas globais entre os líderes. Algo que inclusive, nem sempre tem relação com ser ou não um bom líder.

Porém, é preciso responder as seguintes perguntas:

1. O que aprender: Quais competências e aptidões que precisamos desenvolver para sermos líderes eficazes?

2. Como aprender: De que recursos dispomos para nos ajudar em nossa jornada de liderança. De que forma, por exemplo, você pode alavancar experiências de liderança, seja na vida pessoal ou profissional, ocupando ou não uma posição de líder?

Tenho apoiado muitos líderes a encontrar respostas para essas perguntas e listei algumas competências-chave para os profissionais que querem desenvolver liderança:

Tomada de Decisão - Cada decisão tomada pelo gestor gera uma consequência para a empresa, seja ela positiva ou negativa. Por isso, ter inteligência emocional é primordial para conduzir o processo de forma bem-sucedida. Todo líder conhece os dois principais componentes de suas decisões: as pessoas e os números. A escolha do fornecedor, a contratação de um profissional, a mudança das rotinas produtivas. Esses são alguns exemplos que exigem a definição de um modo de agir. Justamente por afetar finanças e pessoas, a tomada de decisão envolve grande responsabilidade, por isso é relevante tomar a frente com assertividade e no tempo adequado. O que demanda certo de coragem.

Comunicação - Como gestor, comunicar aos liderados “o que fazer” e “como fazer” é um dos princípios básicos a serem trabalhados. É importante também deixar claro o “por que fazer”, ou seja, o propósito das coisas. Isso vai gerar atitude, motivação e engajamento, além de trazer resultados transformadores e vantagens competitivas.

Realização de Resultados – Significa assegurar resultados e gerar valor, com visão e controle do curto, médio e longo prazo, garantir a concretização das metas estabelecidas alinhadas ao planejamento estratégico e em consonância com os princípios de responsabilidade social. Realizar um planejamento adequado. Envolve a disseminação das metas, monitoramento de indicadores, tais como, benchmarking, gestão de pessoas, custos, qualidade, produtividade, vendas, etc.

Gerenciamento de Mudanças - Explorar novas ideias com sucesso. Liderar equipes para promover coisas novas e mudanças construtivas, por meio de ousadia, determinação e senso de urgência para reverter situações desfavoráveis e efetivar resultados em curto prazo. É a capacidade de inovar, assumir riscos na busca de oportunidades de novos negócios, produtos e processos, considerando os impactos envolvidos. Buscar pelas melhores práticas. Desafiar-se constantemente para o aprendizado e melhoria contínua.

Planejamento Estratégico - Ter visão de longo prazo, enxergar todo o potencial do negócio e ver além do óbvio para sair na frente no mercado. Desenhar cenários, utilizar de ferramentas de planejamento como análise SWOT e BSC, métricas de desempenho são algumas das ações desta competência.

Serviço ao cliente - Atua com propósito junto ao cliente (interno / externo), identificando e antecipando as suas necessidades, surpreendendo na entrega e superando as expectativas. Conhecimento do negócio e do mercado. Compromete-se com os resultados dos seus clientes. Percebe e antecipa-se às necessidades e oportunidades do cliente que agrega valor ao mesmo. Estabelece proximidade e relações de longo prazo com o cliente.

Desenvolvimento de Equipes - Lidera pelo seu exemplo. Possui uma comunicação direta, aponta metas e caminhos para o atingimento dos resultados. Seus comportamentos estão alinhados aos padrões éticos da organização. Conquista o comprometimento e a motivação das equipes equilibrando exigência, afetividade, gerando um clima favorável na organização. Busca o autodesenvolvimento. Sabe atrair, reter e desenvolver profissionais em sintonia com os valores e a cultura organizacional. Identifica e forma sucessores. Celebrar e reconhece as conquistas. Comunica-se de forma clara, objetiva e transparente, com empatia, respeito e eficácia.

Tomada ou Gestão de Risco - Gestão de riscos é o processo de organizar e planejar recursos humanos e materiais de uma empresa de forma a reduzir ao mínimo possível os impactos dos riscos na organização, utilizando um conjunto de técnicas que visa minimizar os efeitos dos danos acidentais direcionando o tratamento aos riscos que possam causar danos ao projeto, às pessoas, ao meio ambiente e a imagem da empresa. O principal objetivo da Gestão de Riscos é avaliar as incertezas de forma a tomar a melhor decisão possível. De certa forma, toda gestão de risco e toda tomada de decisão lida com esta situação, e os seus benefícios dão as melhores decisões, menos surpresa, melhora no planejamento, na performance e na efetividade, além da melhora no relacionamento com as partes interessadas.

É importante lembrar que liderança é uma jornada e não um ponto de chegada!